Empresas estão buscando novos negócios para proporcionar além de uma solução mais abrangente ao seus clientes, uma base mais ampla para crescimento em um mercado com cada vez mais concorrentes.
A hora é de diversificar os negócios. Os avanços da tecnologia, maior conhecimento do que é o mercado livre por parte das empresas e consumidores tem levado as empresas surgidas no início deste século a adotar novos nichos de atuação para aprimorar o atendimento aos seus clientes que estão cada vez mais exigentes. São ações de eficiência energética, gestão da energia, geração distribuída, armazenamento, geração, entre outras ações que o empoderamento do consumidor vem incentivando comercializadoras de energia a navegar em novos mares do setor elétrico e até além este universo.
Isso não significa que o trade de energia diário não esteja sendo mais atrativo. Continua, mas o conhecido clichê do assessoramento financeiro de “não coloque todas as suas fichas em um mesmo pote” é um dos motivos para que as empresas estejam em busca de novos mercados para a sua expansão. E isso tem relação direta com a expansão do mercado de energia.
Segundo dados da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica, existem 251 empresas deste segmento autorizadas a atuar o mercado nacional e mais 43 aguardando para iniciar as operações. Em 2000 eram apenas cinco. De acordo com os números mais recentes, o volume de comercializadoras está 14,6% maior ante o fechamento de 2017. Coincidentemente este é o mesmo percentual de expansão em número de novas empresas na comparação entre o fechamento de 2017 ante 2016.
Esse volume aumenta a concorrência, mas também a liquidez do mercado, o que é, na visão de especialistas ouvidos, positivo para o setor. E ainda há a perspectiva de mais crescimento com a proposta que está em tramitação na Câmara no PL 1917 que propõe um cronograma para a expansão do ACL, apesar das divergências quanto a celeridade que o governo indicou na CP 33 e que a Abraceel propõe.
Para a entidade que representa o segmento de comercializadoras a abertura rápida do mercado livre, com o fim das restrições de acesso, poderia ser adotada já em 2024, mas a proposta de reestruturação do modelo que tramita na Câmara no PL 1917 prevê que essa abertura será gradual e vai acontecer para todo o segmento de alta e média tensão até 2026. Somente depois disso é que deve ser discutida a livre escolha no segmento de baixa tensão.
Adotar um outro nicho de atuação além da comercialização de energia depende diretamente da estratégia individual de cada empresa. As mais tradicionais no mercado nacional adotaram diferentes modelos. Mas a meta é a mesma, manter a sustentabilidade do negócio iniciado ainda no início dos anos 2000, quando o mercado livre ainda engatinhava por aqui com as primeiras migrações de grandes consumidores de energia para aquela que era a novidade no pós racionamento, o ambiente livre de contratação de energia.
Alves é mais um a corroborar o fato de quanto mais comercializadoras mais liquidez ganha o mercado e diminui o risco. Afinal, comentou, mudança de posição é importante nesse mercado desde que o risco seja bem avaliado. Além disso, acrescentou, as tecnologias diruptivas vieram para mudar a forma como o mercado se relaciona com a energia. “Ou as empresas adaptam-se à nova realidade ou estão fadadas a morrer”, resumiu.
Em sua avaliação ampliar a atuação de mercado é um caminho para gerar valor ao diversificar os negócios, até porque este é um momento histórico e a perspectiva é de que cada vez mais vejamos a fragmentação da forma de gerar energia. Esse fator abre um caminho interessante para a geração distribuída que deverá se fortalecer mais.
Fonte: Canal Energia
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