ONS planeja antecipar processo de precificação no Dessem

Senador reforça dificuldade de aprovação do GSF
13 de fevereiro de 2020
Abraceel lançará manual de boas práticas em gestão de risco
13 de fevereiro de 2020
Mostrar tudo

A utilização do modelo Dessem no Sistema Interligado Nacional para fins de operação completou 40 dias e o balanço que o Operador Nacional do Sistema Elétrico faz desse período é positivo. O órgão planeja implantar ajustes para que possa antecipar a conclusão do processo de cálculo dos preços que é feita por meio de interação com os agentes. Atualmente o encerramento dessa fase se dá por volta das 22 horas e a meta é a de antecipar esse marco em 2 horas.

O diretor geral do ONS, Luiz Eduardo Barata, disse que ainda não há um prazo estabelecido para que a mudança seja implementada, mas que deverá ser colocada em prática o mais rápido possível. Essa medida, explicou ele em entrevista à Agência CanalEnergia nesta segunda-feira, 10 de fevereiro, está em desenvolvimento e deriva de um processo de revisão e desenvolvimento de ferramentas de automação dos processos interno da entidade.

“O balanço desses 40 dias é positivo, tínhamos antes a operação sombra, mas que estávamos ‘sozinhos’ nesse processamento. Desde 1º de janeiro a situação mudou pois passamos a interagir com os agentes sobre os valores do Dessem, que fazem uma checagem e contraproposta e dessa interação temos o programa diário. Esse processo leva um tempo e na nossa avaliação a conclusão ainda está mais demorada do que desejamos, vamos trabalhar para concluir esse processo mais cedo, hoje termina por volta das 22 horas e acreditamos que o ideal é às 20 horas”, apontou ele.

Sobre a volatilidade dos preços apresentada nesse período a avaliação segue o mesmo tom de otimismo. Para o executivo, os valores na comparação com o PLD semanal é positivo, pois o custo varia ao longo das horas do dia, ainda mais em uma matriz com o alto nível de participação de fontes renováveis como é a nossa. Ele exemplificou que houve dias de geração por ventos chegou a 6 mil MW no Nordeste e em outro dia foi registrado 500 MW. Esse movimento, disse, pode ser o resultado do elevado volume de chuvas naquela região que impactou a geração eólica por lá.

No geral, diz Barata, a convicção é de que o custo total de operação, quando feito diariamente com o modelo de otimização diária é menor que o anterior.

Barata afirma que em breve o operador terá uma análise sobre os preços obtidos no SIN a partir do Dessem, ante o que se obteve no sistema em vigor atualmente de preços por patamar de carga, ao longo do dia e podem checar os dados e, eventualmente, decidir se vale a pena ter uma geração térmica porque há restrição de sistema. Segundo ele, o modelo traz a possibilidade de considerar a rede elétrica de forma mais abrangente o que proporciona tomada de decisões mais refinadas.

A conclusão dos valores obtidos ainda está em processo e o ONS divulgará os resultados em uma nota técnica mostrando as diferenças entre o que foi programado e o despachado.

“Ainda estamos fechando os números, mas tivemos uma aproximação entre a operação e a realidade porque agora temos a cada dia a revisão da previsão da vazão, a apuração da carga, a geração eólica diária e que é diferente na previsão semanal”, explicou Barata. “Com certeza a operação está melhor do que tínhamos”, acrescentou.

O descolamento dos preços no submercado Nordeste por um período de poucas horas em alguns dias do mês de janeiro ainda está sob análise. De acordo com a assessoria de imprensa do ONS, esse fator deveu-se ao fato de que houve o alcance do limite de recebimento pelo sistema de transmissão naquela região.

Segundo o diretor geral do ONS, a diferença entre o PLD de patamar semanal e o preço horário do Dessem visto nesses 40 dias deve-se ao fato de que quando se avalia o sistema de forma agregada é necessário ser conservador nas previsões. Quando o modelo é diário é possível avaliar os dados com mais assertividade. “Por isso, a importância de sairmos de um modelo semanal para o diário, olhamos a cada meia hora e assim temos dados mais precisos de produção e dos mercados”, concluiu.

Fonte: Canal Energia

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

× Quer economizar?
//]]>