A perspectiva de forte alta no preço spot de energia – tecnicamente conhecido com preço de liquidação das diferenças (PLD) -, na primeira semana operativa de fevereiro (a partir de sábado, 27), para um patamar na casa dos R$ 300 por megawatt-hora (MWh), levou diversos especialistas de mercado a sugerir que o acionamento da bandeira tarifária pode ser antecipado. Se no ano passado a bandeira amarela foi decretada em maio, este ano isso poderia ocorrer em abril ou março, – e até mesmo fevereiro -, na opinião de diferentes especialistas ouvidos pelo Broadcast, tendo como base o esperado comportamento dos preços nas próximas semanas. A expectativa da maioria, porém, é que isso só não se verifique pelo menos antes de abril, por conta da estratégia de sazonalização das geradoras.
O acionamento das bandeiras tarifárias tem como base as variáveis de PLD e o indicador GSF (Generation Sacaling Factor), fator que mede mensalmente a razão entre a energia produzidas pelo conjunto de hidrelétricas e a soma das garantias físicas. A depender do déficit na produção hidrelétrica medido no GSF, a bandeira amarela pode ser acionada a valores de PLD inferiores a R$ 100/MWh, por exemplo no caso de déficit superior a 8% (GSF de 0,92), segundo dados disponíveis na Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Se o PLD da primeira semana operativa do mês, for superior a R$ 250/MWh, como sugerem especialistas, bastaria um déficit de 3% (GSF de 0,97).
No entanto, para grande parte dos especialistas ouvidos pelo Broadcast, a perspectiva é de que até março não haja déficit hidrológico, ou GSF inferior a 1, por causa da estratégia de sazonalização das geradoras, que concentra a maior parte de suas garantias físicas no período seco (entre junho e outubro), deixando uma parcela menor no período úmido. Essa definição visa reduzir a exposição das geradoras ao risco hidrológico.
O gerente de risco de mercado da comercializadora Electra Energy, Sandro Antonio Saggiorato, lembra que a sazonalização dos agentes foi determinada em dezembro, quando a perspectiva ainda era de hidrologia favorável e preços baixos no primeiro semestre, levando as geradoras a concentrar a sazonalização na segunda metade do ano. “Deve ter bandeira verde até abril, mas bandeira vermelha patamar dois em três a quatro meses dentro do ano, parecido com o que vimos em 2018”, disse.
A bandeira tarifária de fevereiro deve ser anunciada nesta sexta-feira (25).
Fonte: Agência Estado
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