Estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgado nesta segunda (4/12) estima que a transição do setor industrial brasileiro para uma economia de baixo carbono deve custar cerca de R$ 40 bilhões até 2050.
Segundo a organização, o elevado custo de capital no país, combinado com o gargalos estruturais, encarece os investimentos em novas tecnologias e processos de produção mais limpos.
Publicado durante a Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas (COP28), que ocorre em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos até o dia 12 de dezembro, o relatório traz uma revisão de estudos feitos nos últimos anos no Brasil e resultado de consultas a especialistas de cada segmento industrial.
“Com as condições adequadas, a indústria brasileira pode se tornar um ator significativo na economia global de baixo carbono. Para tanto, são necessárias condições econômicas e políticas claras e estáveis para que possamos atrair investimentos e impulsionar inovação em tecnologias”, afirma o presidente da CNI, Ricardo Alban.
Segundo o levantamento da CNI (.pdf), a maior parte dos setores estudados tem potencial de mitigação de emissões de GEE nos médio e longo prazos, com destaque para cimento, siderurgia, alumínio e florestas plantadas.
Só os setores siderúrgico e de cimento, por exemplo, maiores consumidores de energia nos processos produtivos, podem reduzir 499 milhões de toneladas de CO2 até 2050, calcula.
A CNI simulou três cenários para saber se o Brasil consegue atingir as metas acordadas e entender os impactos da precificação de carbono nessa trajetória, considerando o mecanismo de ajuste de fronteira de carbono europeu (CBAM, em inglês).
Na simulação de cenário sem precificação de carbono, o estudo indica que o país não alcançaria a neutralidade climática até 2050.
Já no horizonte em que o país estabelece um mercado regulado de carbono, além de atingir sua Contribuição Nacionalmente determinada (NDC) em 2025 e 2030, e a neutralidade climática em 2050, há a projeção de crescimento do PIB em relação ao cenário referência, chegando a R$ 9,66 trilhões em 2030 (+1%) e R$ 14,13 trilhões em 2050 (+1,8%).
Fonte: epbr
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