A digitalização da medição residencial, importante para a potencialização do mercado livre, não será um processo tão simples, na opinião do presidente da comercializadora Electra Energy, Claudio F. Alves. De acordo com ele, que participou de webinário realizado pela Cogen e Unica nesta quinta-feira, 22 de outubro, há desafios na infraestrutura que devem ser observados, por envolverem visitas casa a casa. “Não é só virar a chave e agora o consumidor pode comprar energia no mercado livre. Tem também uma questão de infraestrutura de dados”, avisa Alves.
Segundo ele, parcerias com operadoras de telecomunicações e TV por assinatura, que já estão dentro das casas e tem a comunicação com o consumidor via modem, podem ser a porta de entrada para os primeiros consumidores livres residenciais. Ao fazer uma estimativa de comparação com outros países que já passaram pelo processo, Alves vê um prazo que pode chegar a até 16 anos para o Brasil digitalizar seus medidores.
Ainda de acordo com o presidente da Electra, a economia brasileira precisa que o mercado seja livre. Alves lembrou que o país tem uma das tarifas residenciais mais caras do mundo, que vem sendo usada como veículo de arrecadação e estima que a abertura pode trazer queda no valor de até 25%, o que pode significar uma injeção de R$ 50 bilhões na economia. “É um dinheiro que está indo para a conta e poderia ir para outras coisas e aquecer a economia”, afirma.
A expectativa que com a abertura dos limites boa parte de consumidores que compravam energia incentivada comprassem convencional acabou não se concretizando. Segundo Alves, isso aconteceu porque a padronização do custo da diferença entre as energias no longo prazo se mostrou menor que 50% da demanda média de um consumidor. “A indústria que sabe fazer a conta vê que não vale fazer a mudança”, aponta.
Fonte: Canal Energia
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