Preços nos próximos meses preocupam geradores descontratados

Brasileiros de todas as classes sociais e faixas de renda querem direito de escolher fornecedor de energia elétrica
25 de novembro de 2022
Aneel autoriza atualização nos Procedimentos de Regulação Tarifária
25 de novembro de 2022
Mostrar tudo

Ao mesmo tempo em que os baixos preços de energia projetados para o próximo ano trazem benefícios ao consumidor, também representam um desafio de remuneração para os geradores descontratados. A avalição é do diretor-presidente da Electra Energy, Claudio Alves, um dos participantes da 24ª edição do webinar promovido conjuntamente pela Associação da Indústria de Cogeração de Energia (Cogen) e pela União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Única), realizado na quinta-feira passada (17).

Segundo Alves, as projeções mostram uma tendência de preços em queda para 2023 e 2024. A estimativa de simulações prospectivas mais conservadoras é que, na média do próximo ano, o preço possa atingir algo em torno de R$ 102 por MWh. Esse movimento é justificado pela condição hidrológica favorável, alto nível de armazenamento dos reservatórios e a grande expansão da geração distribuída.

“É um fator bom para o consumidor, mas é um complicador do ponto de vista do gerador. Isso porque o preço baixo não remunera adequadamente a operação da energia”, resume o executivo.

Em sua apresentação, ele explicou que em 2023, caso ocorra uma hidrologia mais desfavorável, o pico do custo poderá chegar a algo em torno de R$ 148 por MWh no segundo semestre do ano. Alves entende que o patamar de preços de 2023 será fortemente impactado pelo regime de chuvas nos próximos meses. “Tudo dependerá do ciclo hidrológico”, ressaltou. A hidrologia neste ano, inclusive, foi bem superior à registrada no ano passado.

De acordo com o diretor-presidente da Electra Energy, neste mesmo período do ano, em 2021, o armazenamento do Sistema Interligado Nacional (SIN) era de 25,58%. Já em 2022, o nível já atingiu 53,71% (28,13 pontos percentuais superior). Já em 2020, o volume útil dos lagos das hidrelétricas estava em 27,17%.

Crescimento das renováveis

O executivo também salientou que o pico geração eólica na região Nordeste aconteceu no mês de agosto, com um valor verificado superior a 10 GW médios. O montante seria quase suficiente para atender à demanda total da região no mês. Além disso, Alves pontuou os ganhos de interligação entre as regiões Norte e Nordeste com o Sudeste/Centro-Oeste para os próximos anos, que serão aproveitados para escoamento da energia para o principal centro de carga do país.

O diretor-presidente avaliou ainda que está em curso uma aceleração da fonte solar para suprir a demanda, com destaque para a expansão de UFVs com outorga que somam mais de 80% do total. Para ele, esse ciclo de geração solar é apoiado em três vetores: tecnológico, com avanço e viabilidade da implantação dos equipamentos; recursos, com alta incidência de radiação solar no Brasil; e mercado, que tem um potencial de grande crescimento, associado à pressão tarifária, o que faz com que muitos consumidores optem por essa fonte.

“A luz solar no Brasil é um privilégio. O mundo, em média, tem uma insolação de 342 W por metro quadrado (m²). No Brasil, essa insolação chega a 2 mil a 3 mil W por m². Esse ciclo deverá ter de 15 a 20 anos de exploração”, completou.

Por fim, o gerente de Bioeletricidade da Unica, Zilmar de Souza, destacou no evento a importância da biomassa em auxiliar a geração de energia em momentos de dificuldades de oferta. “Estamos em uma situação favorável em termos de energia armazenada, sendo a melhor situação dos últimos dez anos. Sobre a biomassa, é sempre bom lembrar que de janeiro a setembro, exportou para a rede possibilitou uma economia de 13% nos reservatórios das hidrelétricas do Sudeste/Centro-Oeste”, finaliza.

Fonte: Canal Energia

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

× Quer economizar?
//]]>