Por Denise Luna
Rio, 30/03/2022 – As chuvas que chegaram ao Brasil desde o final do ano passado conseguiram elevar significativamente os reservatórios das hidrelétricas do principal subsistema do País, Sudeste/Centro-Oeste, atingindo seu maior nível desde junho de 2013, segundo o ex-presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e Professor do Programa de Planejamento Energético da COPPE/UFRJ, Maurício Tolmasquim.
Ontem, 29, os reservatórios desse subsistema atingiram 63,3% de armazenagem, contra os 35% registrados no mesmo dia do ano passado e cerca de 15% no auge da crise. Uma das maiores geradoras do subsistema, a usina hidrelétrica de Furnas, opera hoje com 80% do reservatório cheio, depois de ter chegado perto dos 10% em meados do ano passado, quando o Brasil viveu a pior crise hídrica em 91 anos.
“São Pedro ajudou. Chuvas abundantes desde o final de 2021, fazem com que os reservatórios das hidrelétricas das regiões Sudeste/Centro-Oeste estejam no seu maior nível desde junho de 2013. Nestas regiões estão localizadas 70% da capacidade de armazenamento do sistema elétrico”, disse Tolmasquim em sua conta no Twitter.
Os reservatórios do Norte operam com 98,6% de armazenamento de água; os do Nordeste,com 94,7% e os do Sul com 44,8%, registrando uma média de 69,5% no território nacional. No subsistema Sul as chuvas atrasaram, mas chegaram em março e a tendência é também de recuperação.
Apesar da melhora dos reservatórios, as tarifas de energia elétrica continuam elevadas, mesmo com a queda da utilização das usinas termelétricas. A previsão é de que a tarifa da escassez hídrica termine em abril.
As térmicas, que foram totalmente acionadas no ano passado e chegaram a contribuir com cerca de 30% da geração de energia elétrica, hoje não passam de 7% da operação, segundo o boletim diário do Operador Nacional do Sistema (ONS). Junto com a energia nuclear, as térmicas somam 9% no total.
Fonte: Broadcast
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