Em pleno período seco na maior parte do Brasil, hidrelétricas não utilizam água de maneira satisfatória no Sul

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As chuvas fortes registradas no fim de agosto e início de setembro fizeram com que as hidrelétricas das bacias do Uruguai e do Jacuí, na região Sul do Brasil, passassem a verter água, apesar da situação de seca no restante do país, com o despacho de termelétricas fora da ordem de mérito (usinas cujo custo de operação é superior ao preço de energia no mercado à vista), que deverá custar milhões a mais aos consumidores. 

Segundo a Electra Energy, as chuvas nesta época do ano na região Sul são comuns, mas o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), em uma ação conservadora, manteve baixo o despacho das hidrelétricas da região entre junho e julho. Para suprir a região, importou-se energia da região Sudeste, da ordem de 2 gigawatts (GW) a 3 GW.Procurado, o ONS disse que essas usinas são, em sua maioria, a fio d’água, sem ou com baixa capacidade de armazenamento, o que faz com que um único evento de chuvas fortes leve ao enchimento dos estoques à capacidade máxima em poucos dias.Das usinas que estão vertendo hoje, a principal que conta com reservatório de acumulação é a de Machadinho, com 1.140 megawatts (MW) de potência. Segundo o ONS, no início de junho, a hidrelétrica chegou a atingir valores inferiores a 25% do volume útil, o que o levou a adotar uma política de preservação de seus estoques armazenados. No fim de julho, com a melhora nas condições hidrológicas, a geração da usina passou a ser maximizada, mas as chuvas recentes foram suficientes para encher o reservatório, o que resultou no seu vertimento.Para Sandro Antonio Saggiorato, gerente de Risco de Mercado de Energia da Electra Energy, se o Sul tivesse usado a plena capacidade das suas usinas nos últimos dois meses, os reservatórios em questão teriam, hoje, um volume inferior à capacidade máxima, evitando o vertimento e também o acionamento de termelétricas mais caras.Desde o início do mês, o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) decidiu pelo despacho de termelétricas fora da ordem de mérito, a fim de garantir o suprimento de energia no país, levando em conta os baixos níveis dos reservatórios das hidrelétricas, principalmente no Sudeste. “Se o Sudeste tivesse mandado menos energia pra o Sul, essa energia estaria agora nos reservatórios das usinas, sem necessidade das termelétricas”, disse Saggiorato.A Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) estima que o custo dessa geração, paga por meio dos Encargos de Serviços do Sistema (ESS), será em torno de R$ 183 milhões neste mês.Segundo o especialista da Electra Energy, para evitar esse cenário, o ONS deveria ter aberto espaço nas bacias mais ao Sul, para garantir espaço de reservatório. “O volume que se verteu, a mesma energia jogada fora é a que está sendo despachada nas termelétricas”, afirmou.Fonte: Valor

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