Transição energética está mudando o mercado de armazenamento

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O crescimento do uso de fontes de energia como solar e eólica, e até mesmo a expansão de veículos elétricos, está mudando o mercado de armazenamento de energia, resume Prudence Hoffman, gerente geral interina e líder técnica da equipe de armazenamento de energia da Honeywell Process Solutions.

Em pleno crescimento, o mercado global de armazenamento por baterias deve chegar a US$ 37 bilhões em 2030, estima a empresa de tecnologia.

Segundo a especialista, eventos climáticos extremos, crescente demanda por renováveis e a necessidade de soluções de energia mais resilientes e flexíveis estão levando os consumidores comerciais e industriais a reorientar o armazenamento de energia e reexaminar suas opções, inclusive apostando na digitalização.

“O custo das baterias de íons de lítio diminuiu nos últimos 10 anos, e outras tecnologias de baterias estão ganhando força, especialmente para soluções de longa duração”, disse durante o Honeywell Users Group (HUG) Americas 2022 em Orlando, Flórida, na semana passada.

“Assim como o software é a chave para liberar a flexibilidade e o valor dos ativos, os controles e as operações remotas são a chave para o armazenamento de energia e a sustentabilidade”.

Dados da Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês) mostram que instalações limpas e de pequena escala localizadas atrás dos medidores de consumo, como painéis fotovoltaicos, armazenamento de energia e veículos elétricos (VEs), estão cada vez mais difundidas — o que significa uma pressão sobre as redes elétricas.

Só a geração distribuída de fonte fotovoltaica somou 167 gigawatts de adição global entre 2019 e 2021. Para 2022, a expectativa é adicionar mais 59 GW.

“Atrás do medidor, muitas coisas estão acontecendo. Seja o cliente de varejo, com várias lojas, ou um cliente industrial, uma mina ou refinaria, com necessidades de energia que sobem e descem”, diz Hoffman.

Em entrevista à agência epbr, ela explica que grandes consumidores precisam lidar com preços altos ou oscilantes de energia, ao mesmo tempo em que tentam cumprir metas de descarbonização.

E o armazenamento permite uma arbitragem de energia, isto é, comprar a eletricidade quando estiver na taxa mais baixa e armazená-la para usar quando as taxas subirem. Já em momentos de pico de consumo de energia, se houver interrupção no fornecimento, as baterias podem ser ativadas no lugar de um gerador a diesel.

“Eventualmente, a energia da bateria vai acabar, mas o sistema de armazenamento permite executar esse gerador a diesel da maneira mais eficiente. Ao invés de usar 70 a 80% do gerador, a bateria pode reduzir isso para 30% pelo menos”.

“E se o cliente estiver localizado em uma região onde há um mercado de eletricidade aberto e ele pode comercializar energia na rede”, continua. “Eles também podem ganhar dinheiro com essa solução e transformá-la em um ativo gerador de receita, o que os ajuda a pagar por esse sistema mais rapidamente, aumentando o retorno do investimento”.

Mobilidade elétrica

Os veículos elétricos também vão impulsionar a demanda por armazenamento.

Levantamento da IEA também mostra que, em 2021, as vendas de carros elétricos mais que dobraram para elevar a frota total de para cerca de 16,5 milhões — o triplo do estoque em 2018.

Enquanto isso, o número de pontos de carregamento publicamente disponíveis triplicou para cerca de 1,8 milhão, o que dá uma média mundial de 10 veículos por carregador e 2,4 kW por veículo.

“Muitos clientes também estão migrando seus veículos de distribuição para veículos elétricos e, portanto, precisam construir uma infraestrutura de carregamento no local, o que aumentará o consumo de energia”, comenta Hoffman.

Para dar conta dessa demanda, grandes empresas estão implementando sistemas de energia solar combinados à infraestrutura de carregamento de veículos elétricos.

“Normalmente, você verá a infraestrutura de armazenamento de energia, solar e carregamento de VEs implantados juntos. Esse armazenamento está apoiando essa infraestrutura e tentando maximizar essa energia solar, otimizando custos”.

Aposta em usinas virtuais

Durante o HUG 2022, a Honeywell apresentou uma nova funcionalidade de usina de energia virtual (VPP) que permite aos usuários despachar uma rede de recursos de energia distribuída, como unidades de geração eólica, sistemas de armazenamento e energia solar por meio de um processo de controle centralizado.

Ao centralizar o processo de despacho, os usuários poderiam otimizar suas operações e criar capacidade para participar de mercados de energia que de outra forma seriam inacessíveis.

O recurso VPP pode ser adotado por concessionárias, operadores comerciais e industriais e produtores independentes de energia para controle autônomo e flexibilidade sobre quando os usuários compram e usam energia.

Por exemplo, durante condições climáticas intermitentes, como quando o sol se põe ou quando o vento para, os usuários podem automatizar a reserva de energia.

“Esse novo recurso permite que os proprietários de recursos maximizem todos os recursos de energia renovável que possuem e, por fim, aproveitem ao máximo seus ativos”, disse Ujjwal Kumar, presidente e CEO da Honeywell Process Solutions.

Fonte: Agência EPBR

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