Preço horário: governo atendeu pedido do mercado

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A opinião da maioria venceu e o governo adiou a entrada do PLD horário para 2021, mas nem tanto, afinal já a partir do ano que vem o ONS começa a aplicar o modelo Dessem na operação oficial. A avaliação é de que a opção foi a mais prudente diante das avaliações sobre o andamento dos trabalhos para a entrada do preço com base horária. Agentes elogiaram a decisão apesar de existir as condições para que essa nova metodologia de precificação já pudesse valer no país a partir de janeiro de 2020.

Levantamento da Agência CanalEnergia com base nas 31 contribuições à Consulta Pública no. 71/2019 no Ministério de Minas e Energia revelou em reportagem especial sobre o tema que 51% das opiniões eram contrárias à entrada em vigor do preço horário a partir de janeiro do ano que vem. Eram 16 contrárias contra 12 favoráveis, mas dentre esse último grupo, havia condicionantes.

Na avaliação de agentes ouvidos, com a decisão apontada na noite desta quinta-feira, 31 de julho, prazo final para a divulgação da decisão pelo CPAMP, o governo atendeu de forma a abarcar das opiniões de ambos os lados. Com isso, é possível aos agentes se prepararem para um ciclo hídrico completo, um fato que não seria alcançado caso a decisão de implantar a nova metodologia começasse em janeiro do ano que vem.

Com a decisão, explicou o consultor Celso Dall’Orto, da PSR, temos uma boa notícia apesar da consultoria afirmar que não havia impedimentos técnicos para a entrada da medida em vigor no prazo. “O governo definiu que o PLD horário entrará em vigor a partir de janeiro de 2021”, apontou. Em sua análise agora o país entrará em um período de transição que permitirá aos geradores ver o impacto e a dinâmica do modelo na operação deles até o final de 2020.

“Agora poderemos ver como será a troca de informações e a própria operação do sistema com a operação sombra a partir de 2020. Esperamos que esteja mais próxima da realidade com o modelo Dessem com mais transparência para o setor, permitindo aos agentes se prepararem para o próximo passo já que teremos um ano e meio para se acostumar aos novos procedimentos”, comentou o executivo. “A programação ficará mais assertiva”, complementou.

Para o presidente da Thymos Energia, João Carlos Mello, a decisão refletiu uma correta prudência do governo federal quanto ao pleito e as incertezas que os agentes apresentaram durante o processo. Apesar das vantagens da modalidade horário, apontou a consultoria, o prazo ficou apertado para ser adotado já em 2020 e há pontos de atenção que devem ser aprimorados no modelo em vigor como operação sombra.

“Com essa decisão os agentes podem ter melhor conhecimento dos impactos durante um período completo como era esperado e solicitado”, comentou o executivo. “No fundo se percebeu que na decisão final para o preço horário era necessário ter o modelo Dessem sem muitas mudanças para rodas. Agora há seis meses para correções e iniciar a operação a partir de janeiro. E ao longo do ano que vem se faz as eventuais correções necessárias”, destacou Mello.

Ele considera a aprovação para 2021 como salutar uma vez que terá um ano todo de operação no ONS antes de se entrar definitivamente no preço com granularidade horária. Em sua análise, agora não é a hora do que classificou como ‘tirar o pé do acelerador’ em referência ao trabalho que vem sendo desenvolvido. O grupo deve manter o ritmo no sentido de não haver mais adiamentos. A avaliação da Thymos é que o mercado necessita de um período sombra do modelo pronto que dure ao menos um ano, para que os agentes consigam se planejar e prever os impactos que a mudança vai trazer.

Pelo lado das comercializadoras, a alteração no cronograma da entrada do preço horário foi vista como positiva. De acordo com Leonardo Salvi, diretor de Operações da Electra Energy, o adiamento é bom, por dar mais tempo para o acompanhamento das evoluções do sistema e prazo para verificar a operação sombra e a performance do Dessem, o programa usado no preço horário. “Existe uma preocupação com relação a aderência do preço à operação e que talvez fosse prematuro para fazer a contabilização do PLD Horário a partir do Dessem”, explica.

Salvi define como interessante a possibilidade de se observar o funcionamento do Dessem no ONS. Para ele, isso vai dar a chance de também se observar o comportamento do CMO, que apesar de ser diferente do PLD, tem uma relação próxima. “Fazendo acompanhamento em 2020, vamos capturar algum comportamento”,  observa.

Fonte: Canal Energia

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