Com as mudanças e transformações provocadas ou aceleradas pela pandemia, o mercado livre tornou-se o carro-chefe da expansão do setor de geração de energia elétrica no Brasil, respondendo atualmente por 72% do parque gerador em construção no país, que deverá chegar a 34,5 GWh até 2025. Essa é a principal conclusão de um estudo de expansão da oferta realizado pela Abraceel, referente ao mês de fevereiro desse ano.
Na comparação com julho de 2019, o ACL teve um crescimento 38% nos empreendimentos em fase de implementação, saindo de uma prospecção de R$ 33 bilhões em investimentos para R$ 100 bilhões num horizonte de cinco anos, dentro de um espectro geral de R$ 142 bilhões, envolvendo o mercado regulado.
Do montante previsto, 66% são destinados exclusivamente ao ACL, com outros 6% correspondendo a parcela livre das usinas que também venderam energia no ambiente, com ambos tendo a predominância de renováveis, a partir de uma ampliação de 92% para a fonte solar, 88% em biomassa, 72% em eólicas e 62% entre CGHs e PCHs.
O estudo aponta três fatores principais para a expansão: o brusco choque no consumo, que forçou suspensão dos leilões regulados; maior competitividade do ACL, que se consolidou como solução para consumidores e geradores; além de um aumento expressivo da migração e da confiança dos agentes no mercado.
As fontes solar e eólica lideram a ampliação da oferta com 76% da geração em construção, a maioria concentrando-se no ano de 2022. Dentro dos ativos previstos para entrar em 2023, o mercado livre deverá chegar a sua maior representação, com 89% da nova energia sendo destinada ao ambiente de contratação.
Uma pesquisa exclusiva do BNDES mostra que 47% dos projetos eólicos e solares financiados pelo banco até 2020 são suportados por comercializadoras. Já no BNB a taxa é de 33%, com R$ 87,9 bilhões de crédito concedido entre 2018 a 2020.
Ao final do seu estudo, a Abraceel aponta que a nova realidade do setor elétrico brasileiro exige a modernização do arcabouço legal e regulatório, elencando a melhoria de governança para formação de preços, fim dos subsídios, possibilidade de venda de excedentes em GD, fim dos legados e custos de confiabilidade rateados entre todos, formando um mercado de capacidade, isonomia para acesso à conexão, com garantias e prazo de estabilização da TUST, além de acelerar a abertura do mercado.
Fonte: Canal Energia