Retomada da indústria e consumidor especial impulsionaram mercado livre em janeiro

Anace pede regras mais simples na abertura do ACL
19 de March de 2021
Revisão dos valores de bandeiras tarifárias entra em consulta pública
1 de April de 2021
Show all

O crescimento do consumo de energia elétrica em janeiro de 2021 teve como principal propulsor o mercado livre, sobretudo em decorrência da retomada dos agentes de maior porte e do aumento no número de adesões de cargas menores, representadas na categoria especial.

Apesar das restrições impostas em grandes capitais como medida de contenção ao avanço da COVID-19, os volumes consumidos no primeiro mês do ano acompanharam a tendência do final de 2020. O Ambiente de Comercialização Regulado – ACR apresentou queda de 0,5%, enquanto o Ambiente de Comercialização Livre – ACL obteve alta de 10,7%. Os dados compõem o Boletim InfoMercado Mensal da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica – CCEE.

No mercado livre, o destaque ficou por conta dos consumidores especiais, aqueles com carga entre 0,5 e 1,5 MW e que podem adquirir energia de Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) ou de outras fontes incentivadas especiais (eólica, biomassa ou solar). A categoria registrou crescimento de 22,4% no consumo. Em janeiro de 2021 o segmento somava 7.686 agentes, 1.402 a mais do que no mesmo mês de 2020.

Já a classe livre, que concentra aqueles com consumo maior do que 1,5 MW e que podem contratar tanto energia incentivada como a convencional ou não especial, apresentou aumento de 7,1% no mesmo período. No ano, a CCEE recebeu 111 aderentes desta categoria, fechando janeiro de 2021 com 1.049 consumidores livres.

No total, a Câmara de Comercialização encerrou o primeiro mês deste ano com 10.715 agentes, frente a 9.007 no mesmo mês de 2020. Um resultado 19% superior, como se pode verificar no gráfico abaixo.

Incremento da indústria

No Sistema Interligado Nacional – SIN como um todo, a geração e o consumo de energia tiveram elevação de 2,8% em janeiro em relação ao mesmo mês do ano anterior. Uma das principais variáveis que influenciaram este aumento foi a produção industrial brasileira, que, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, apontou alta de 2% no período.

O comportamento é ratificado pela elevação em 10 dos 15 ramos de atividade acompanhados pela CCEE. Mesmo expurgados os efeitos da migração de novos consumidores para o mercado livre, destacam-se os setores de extração de minerais metálicos (17,9%), minerais não metálicos (12,7%) e têxteis (12,2%). As retrações se concentram nos segmentos impactados principalmente pelo distanciamento social: serviços (-9,8%), transporte (-4,1%) e comércio (-2,9%).

Geração

Entre as fontes, o destaque continua com as eólicas, que apresentaram um aumento de 100,6% da geração no período. Esse crescimento se dá, de acordo com a CCEE, por dois fatores: o crescimento da capacidade instalada de parques de um ano para outro e fatores climáticos que levaram as usinas a terem, em 2020, uma produção muito abaixo da esperada.

A geração solar fotovoltaica também teve aumento, de 18,9%. Em contrapartida, as hidrelétricas recuaram 9,7%. Já as térmicas apresentam alta de 20,7%, no 3º mês seguido de ampliação.

Fonte: CCEE

Leave a Reply

Your e-mail address will not be published. Required fields are marked *

× Quer economizar?
//]]>